Como seria nossa vida ao contrário?
Como seria viver em um mundo
invertido? No curta-metragem “Heterofobia” é mostrada a história onde o
corriqueiro e aceito seriam as relações homossexuais e o heterossexualismo, visto com abominação.
Um vídeo tocante, onde mostra a vida de uma garota em plena adolescência que
descobre ser heterossexual e tenta lutar contra o preconceito em relação a sua
sexualidade e aceitação nos grupos sociais. A falta de apoio do meio familiar
para sanar suas dúvidas lhe faz chegar a caminhos destrutíveis.
Podemos fazer uma vasta discussão
do diversos aspectos abordados no vídeo.
A homofobia trás marcas dolorosas que impregnam as mais variadas
perspectivas da vivencia coletiva. Levantaremos diversos aspectos a respeito da
homofobia como: A psicologia social, onde se mostra a necessidade que sentimos
em participar e ser aceitos nos grupos sociais. Genealogia no que se refere à
visão dos filhos em relação aos pais. Psicanálise e teoria da subjetividade,
onde debateremos a punção de vida e morte além de dados estatísticos dos casos
de homofobia no Brasil e no mundo.
Nossa
sociedade foi criada com base em normas e padrões. Padrões que guiam
comportamentos e excluem os que não se adaptam a eles. Uma padronização
surreal, tendo em vista que nós nunca nos adaptamos perfeitamente à todas as
normas exigidas pela comunidade. No quesito sexualidade, nós também fomos normatizados,
sendo imposto que o normal e aceito seria o heterossexualismo. A
igreja também apoia essa regra tendo em vista o pressuposto de que seria a
única relação aceita por Deus, visando apenas o coito com função exclusiva de
procriação. Quem saísse desse preceito
seria visto como aberrações, condenadas para toda uma eternidade de sofrimento e
condenação. Fundamentada essa hipótese, cresceu-se um ódio infundado naquilo que
se considera diverso às normas sociais e religiosas. Nasce então a homofobia. Homofobia:
(homo, pseudoprefixo de homossexual ,
fobia do grego φόβος "medo", "aversão irreprimível").
Adolescentes
experimentam na puberdade, uma nova condição, a convivência em um grupo. Pertencer
a um grupo não necessariamente assegura a relação entre os participantes.
“Grupos sociais são definidos como duas ou mais pessoas que interagem entre si. São interdependentes, no sentido que suas necessidades seus objetivos levam-nas a depender umas das outras.” (Cartwright e Zander, 1968; Lewin 1948).
Afinal,
ao fazer parte de uma reunião de pessoas que têm algo em comum, o jovem
consegue conforto na forma de aceitação e acolhimento. Ao mesmo tempo, precisa
defender posicionamentos que se chocam contra a individualidade de outrem,
podendo degenerar em preconceito e agressividade. Como mostrado na película a
jovem Ashley, não era aceita em seu grupo social, sofrendo as mais diversas
formas de agressão, física e moral incluindo o Bullying, onde apelidos
pejorativos eram criados com intuito de humilhar a vítima. Isso resultou o isolamento social
de Ashley. A possibilidade de estar em grupo pode relaxar e facilitar a
execução de tarefas, gerando confiança e conforto. Algo teoricamente singelo,
mas tão difícil de se implantar pela dificuldade que muitos tem de aceitar o
diferente.
A jovem se sentia excluída não
apenas dos grupos de convivência social, mas também do convívio em família,
tendo em vista que suas mães não entendiam ou aceitavam a escolha de Ashley.
Levando em conta a adolescência ser um momento de reorganização do indivíduo em
relação a sua imagem corporal e a seu lugar no mundo, muitas vezes são mudanças
físicas muito rápidas, deixando de ser criança e tendo de se adaptar a um novo
papel na sociedade. E por essa falta de apoio, nossa protagonista se sente
abalada além de abandonada por suas genitoras. É de suma importância um diálogo
aberto em casa para que o adolescente se sinta seguro em falar sobre seus
conflitos pessoais. Os pais precisam ter consciência, e por o amor que sentem
por seus filhos acima de qualquer preconceito e crença sobre a sexualidade
escolhida. O apoio moral por parte dos progenitores é de suma importância para
que se atravesse essa conturbada fase,
ou as dificuldades para se relacionar e na vida profissional se estenderão por
toda vida.
Sentido-se perdida e odiada por
todos que a rodeavam, isso faz Ashley desistir da vida praticando o suicídio. Agora
temos em questão a punção de vida e morte: conceito introduzido por Freud em
1920, na sua obra Além do Princípio do Prazer. Para Freud, as pulsões não
estariam localizadas no corpo e nem no psiquismo, mas na fronteira entre os
dois e teriam como fonte o Id. A pulsão de vida se representaria pelas ligações
afetuosas estabelecidas com outras pessoas, o mundo e consigo mesmo, todavia a
pulsão de morte se manifestaria pela agressividade voltada para si mesmo e para
o outro. O princípio do prazer e as pulsões eróticas são outras características
da pulsão de vida. A pulsão de morte é caracteriza pela agressividade e
compulsão à repetição. A fusão entre pulsão de vida e morte é constatada na
dinâmica da neurose da angústia. A pulsão de morte elevará a excitação
libidinal, sendo essa escoada pela pulsão de vida levando o sujeito, conduzido
pelo princípio do prazer, a procurar objetos que minimizem os impactos da
angústia.
O preconceito regado de
impunidade mostra que a homofobia ainda é um problema presente e constante em
nosso país. Estatísticas compiladas pelo Grupo Gay da Bahia (GGB) sugerem que o
Brasil é o país com a maior quantidade de registros de crimes homofóbicos do
mundo, seguido pelo México e pelos Estados Unidos. De acordo com o GGB, um
homossexual é morto a cada 36 horas no país. A homofobia é um fenômeno presente
e variados contextos, como ambiente escolar ou nas relações de trabalho. O
poder público federal brasileiro registrou, em 2011, 6.809 denúncias de
violações de direitos humanos de caráter homofóbico (preconceito por orientação
sexual e identidade de gênero presumida).De acordo com os dados - coletados
através do Disque 100 (SDH), pela Central de Atendimento à Mulher, pelo Disque
Saúde (Ministério da Saúde) e por emails e correspondências enviadas ao
Conselho Nacional de Combate à Discriminação LGBT -, 67,5% das vítimas eram
homens e 85,5%, homossexuais. Eles também são maioria na condição de suspeitos
(52,5%), categoria cujos heterossexuais predominam (43,9%). As mulheres
representam 26,4% das vítimas e 34,5% das agressoras. Do total das vítimas, 69%
eram jovens (de 15 a 29 anos). Esse triste cenário só mudará quando prepararmos
as novas gerações, de forma a tornar os jovens mais tolerantes às diferenças.
Essa educação não é primordial apenas em âmbito acadêmico, mas fundamental que
seja implantada nos lares, onde de fato são formadas as personalidade, de
acordo com a vivência comum. Não há possibilidade de construção de uma
sociedade livre, se forem ignorados, princípios básicos em respeito às
igualdades de gênero, de cor e opção sexual.
Postagem pela aluna: Samira Rosceli
Fontes: Inclusão Diferente- O Espaço da Pessoa com Deficiência. Yahoo. Brasil Escola. Estudando Psicologia
Fontes: Inclusão Diferente- O Espaço da Pessoa com Deficiência. Yahoo. Brasil Escola. Estudando Psicologia
Publicado: 18.05.2013/ 06.05.13/ 22.05.2014/ 06.07. 2009
Edição: Ariane Menezes
Edição: Ariane Menezes
Ótimo!
ResponderExcluirmuito bom o texto. Vamos procurar viver com as diferenças!
ResponderExcluirParabéns Samira linda pela postagem. Perfeita e com tudo no seu devido lugar. Um beijo.
ResponderExcluirPostagem favorita aqui do nosso blog. Samira foi brilhante!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAinnn *---*.... obg gente...Espero sempre, crescer com, vcs... :)
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