Ter

É como se existisse um vulcão dentro de mim. 

Como se meu corpo fosse um recipiente tão pequeno para armazenar tanto conteúdo. 

É uma força. Um querer. Uma falta. Um buraco sem fim. 

O que eu tenho? 

Ansiedade. 

Ansiedade de que? Por quê? 

Talvez, por eu Ter. 

Ter tempo e não utilizá-lo como eu gostaria.

Ter alegria e não saber demonstrar. 

Ter mãos e não utilizá-las para escrever, pesquisar. 

Ter paixão e não ser compreendida em minhas escolhas. 

Não ser compreendida na forma e no tempo que eu desejo.

Sobre isso, me disseram: "Espera, calma adolescente". 

Esperar me dói, é como se só fosse existir o Hoje, o AGORA. 

É um buraco, uma falta que se reafirma o tempo todo. 

Eu tenho, mas não sei SER.

Postagem pela aluna: Larissa Rodrigues
Fontes: Poema autoral
Publicado: 15.05.2014
Edição: Ariane Menezes