Quando nasci, o outro era eu e eu era tudo
E a cada centímetro meu, crescia também o mundo
Os discursos sobre mim e sobre as coisas, vieram
Sim, sobrevieram...
E cada vez me preocupava mais com essa falácia
Mesmo, às vezes, sendo eu quem os reproduzia com audácia
Quando o meu corpo também começou a me confundir
Precisei me procurar, me enlutar, me redefinir
Tive medo que alguém percebesse minha aflição
Me escondi nos grupos, na cópia, no ideal de libertação
Eu sozinho era muitos e quando com muitos era eu
Eu tenho um corpo ou o corpo sou eu?
Minha mente parece que o seu corpo para cultura perdeu
Só percebo que porque vejo coisas, o mundo me esqueceu
Minha realidade, minha verdade, e até criatividade
Meu jeitinho peculiar, a minha forma de olhar, minha subjetividade
Talvez por não ser tão padrão
Por incomodar, merecer tanto "não"
Me olham diferente e querem me afastar
Prender, patologizar, me medicar
Que outros são esses, loucos que não entendem que
Os outros em mim precisam dançar?!
Os outros em mim precisam dançar?!
Postagem pela aluna: Renata Barbosa
Fonte: Poema autoral
Publicado: Escrito em 18.05. 2014
Edição: Ariane Menezes
Fonte: Poema autoral
Publicado: Escrito em 18.05. 2014
Edição: Ariane Menezes
Parabéns pela sensibilidade garota!
ResponderExcluirArrasou! Parabéns!
ResponderExcluirMuito bom !!
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