quarta-feira, 21 de maio de 2014

O Jovem Rouxinol



Eu contemplo quem fui, e na imagem dos olhos d'Eles eu vejo quem eu deveria ser, e esse reflexo me encara e me ordena enfrentar o mundo, empurrando-me para o viver.
Estou à beira de um precipício e o meu tempo de ensaio se esgota, agora já é hora de alçar voo, não há mais tempo para aprender a voar. Chegou o momento de lhes mostrar que sou um pássaro grande e que posso lhes alcançar.
Anseio por este bater de asas, visitar novos horizontes, ter liberdade plena para ir e vir como uma gaivota no verão. Desejo ser grande como o falcão, que -imponente-, é respeitado e temido. Admiro a beleza da coruja, que -bela e silenciosa-, tem a sabedoria da noite ao seu dispor. Mas dentre tantos que desejo ser, no fundo não sou nenhum... Não sei dizer se minhas asas são fortes o suficiente para os longos caminhos, não sei se meus olhos, ouvidos, se meus pulmões estão bem treinados para a selva que irei enfrentar lá fora. Eu não sei dizer se quero mesmo ir agora.
Pensando em tudo isso, agora me parece confortável o abraço de minha mãe. Parece-me mais seguro o nosso ninho, acho que quero ficar. Mas eles cantarolam: "Não há tempo! Bata as asas rápido e forte, você precisa aprender a voar."
E é com certo medo que eu vou! Vou para as altas montanhas, voar grandes alturas como passarinho forte que sou! Vou voar tão rápido e tão forte que o mundo passará como um borrão, vou bem distante, visitar tudo aquilo que já sonhei um dia ver.
Sou rouxinol. E só consegui ser belo e forte quando bati as asas para fora do meu ninho. 


Pegue essas asas quebradas e aprenda a voar
Durante sua vida toda
Você só estava esperando este momento para decolar.
Pegue estes olhos fundos e aprenda a enxergar
Durante sua vida toda
Você só estava esperando este momento para ser livre. ♪


Postagem pela aluna: Ariane Menezes
Fontes:
Poema autoral
Publicado: Madame Sombra Blog- 21.05.2014
Edição: Ariane Menezes

3 comentários:

  1. - Ah quem dera poder voarmos para longe e nos livrarmos dessas amarras que nos prendem. Poder gritar tudo aquilo que está instalado na língua do erudito e de fato ser livre por inteiro. Ahhh, suas palavras. <3
    Sou muito orgulhoso de você.

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  2. Texto liiiindo! Parabéns pela sutileza com as palavras.

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