quinta-feira, 29 de maio de 2014

Diário de Um Adolescente


   
     Cara, não acredito! Ela lembrou de mim! Havia falado à ela que tava afim de conhecer lá o espaço dos Street’s Vai, e até dançar (quem sabe!!!)... Falei brincando, mas parece que ela levou a sério. Gosto de pessoas assim... Que se importam com o que as outras pessoas falam. Retornei a mensagem, dizendo: “Vou sim, Kelly. Tô na casa da minha amiga. Já já passo ai!” 
     - Renata, doida, vou dançar hip-hop!!! 
     -O quê? Dançar o quê? Eu devo está ficando louca! – E teve uma crise de riso. 
     -Tá ficando??? Você já é a muito tempo! 
     Rimos muito dessa nova parada minha, de dançar hip-hop! Me despedi dela e fui lá no espaço. Ao chegar, vi uma galera. Sei lá velho, um tanto estranha! Uns de cabelo cacheado (tipo assim, dez pacotes de miojo, para chegar perto do que estou falando), outros com um corte meio careca (não dava para definir que corte era aquele), uns usavam bonés pala reta (aquilo não era boné pala reta, era a ponte que dava acesso a minha casa!), bermudas folgadas (calça de palhaço perde)... Após observá-los, fiquei no meu canto, por que não conhecia ninguém além de Kelly (que aliás, tinha conhecido a pouco tempo). Ela se aproximou, me abraçou e disse que estava feliz por me ver ali. (Ela estava feliz por me ver?????? Ninguém nunca falou isso comigo, nem minha mãe!) Ela me apresentou um por um. Conheci cada figura... O Alexandre, o Raul, o Taciano (que aliás, é o mais maluco de todos). Tinha meninas também. Antônia, Janai, Patrícia ( me derreti ao ver essa Patrícia! Cara, ela é bem delicada, sabe... Tipo aquelas caixas que vem carimbadas “cuidado frágil”.). Claro, tinha mais gente. Mas, esses foram os que eu lembrei os nomes. Uma galera acolhedora para caramba. Quando começaram a dançar (um som com uma batida forte), fiquei besta! Os caras dançam demais! Fiquei eufórico! Uma vontade de dançar... Mas, sou desengonçado, ia pagar um mico! Terminou o ensaio. (Ou era reunião, ou era encontro? Não sei.) Liguei na hora para Renata. Contei que a turma era massa e tal, e a convidei para conhecer esse espaço. Renata é uma onda!!! Enquanto eu estava falando, ela me interrompeu e disse:
      -Você virou maconheiro, foi Felipe!? (rindo muito!) 
     Caímos na gargalhada. Apesar, da brincadeira ser de mal gosto, foi engraçada a forma dela falar. No fim, ela concordou de ir lá comigo. Bem, me senti acolhido. Parece que encontrei minha turma. Lá não vi cobrança ou coisa do tipo. A pessoa se sente livre.       
     Quando saí de lá, percebi alguns amigos do meu pai me viram com o grupo. Será que eles vão dizer a meu pai? Será que ele vai reclamar comigo? Será que ele vai me proibir de me reunir com os caras? Logo agora que me encontrei!
     PS: Caraca velho! Só tenho algumas linhas do meu diário, para escrever...
Dia 29/05/2014


Postagem pelo aluno: Renato Santos
Fontes: Texto autoral
Publicado: 29.05.2014

Edição: Ariane Menezes

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