segunda-feira, 26 de maio de 2014

Homem Globalizado: Uma Nova Espécie?



     O homem, para viver em coletividade precisa se desprender do individualismo, reconhecer-se como um sujeito Social e que possui a necessidade de relacionamento.
Com a globalização alguns paradigmas das relações interpessoais vêm sendo moldados de acordo com o qual ela avança. Antes da era digital as relações eram mais próximas, hoje o que pode se observar é que as relações estão cada vez mais distantes, tanto fisicamente quanto emocionalmente. 
     As redes globalizadas de relacionamento apresentam dois vieses, o primeiro viés é de que através da internet, da mídia, dos sites de relacionamento, elas ‘’unem’’ a população e também levam informações para todo o mundo de forma rápida e direta. O segundo viés é de que ela abre paradoxos, como o de estar junto, mas não estar próximo, como também o de fazer parte de uma tribo e ao mesmo tempo ter pouco contato social, o que se ganha em quantidade é perdido em qualidade.


"Ao participar de uma comunidade, o indivíduo sente-se pertencente ao grupo, processo este que marca principalmente a fase da Adolescência. Esta fase é caracterizada pela transição em vários domínios do desenvolvimento, seja biológico, cognitivo ou social, por conflitos internos e lutos que exigem do adolescente a elaboração e a ressignificação de sua Identidade, imagem corporal, relação com a família e com a sociedade" (Diretoria Sócio-Educativa da Fundação Estadual do Bem Estar do Menor/RS,2002).
"A adolescência é um período crítico do desenvolvimento das relações sociais e, neste período os vínculos deixam de ser centrados na família. Normalmente, deslocam-se para a relação com os pares, sejam colegas, amigos ou parceiros românticos com os quais o jovem se sente apoiado. Eles desenvolvem habilidades sociais através das relações, onde compartilham experiências, emoções e conhecimentos. Entretanto, o desenvolvimento da adolescência saudável requer um equilíbrio entre o apoio da família, associações formais e apoios informais". (Johnson, Whitbeck & Hoyt, 2005).
     Esse processo de deslocamento tende a se agravar mais ainda no mundo globalizado, onde o jovem pode embarcar mais facilmente ainda nesse novo mundo de relações sociais, com essa facilidade de contato observa-se o desequilíbrio nessas relações, as relações familiares estão cada dia mais escassas, contrariando assim o modelo necessário para o bom desenvolvimento desta fase precursora da fase adulta. 
     Vários paradigmas vão surgindo durante essa ‘’nova era’’ que estamos vivenciando, de um lado o sujeito tenta se conectar com as mais diversas tribos, e por outro lado, instrumentos para socialização globalizada pouco tem aproximado as pessoas afetivamente, ela produz mais grupos, menos vínculos e uma relação pouco consistente. Nas comunidades, o cotidiano frenético, aonde grande parte objetiva o capital, a comunicação entre os indivíduos cada dia a mais vem diminuindo, são vizinhos que mal se cumprimentam, diálogo escasso entre família, atitudes individualistas etc. 


     Os sites de relacionamento também figuram igualmente como nas comunidades, não somente sendo um instrumento que impossibilita o contato físico imediato, mesmo assim a ideia era de aproximar as pessoas, mas neste sentido apenas poucas pessoas se relacionam ‘’de verdade’’, pouco se observa laços profundos de amizades, até mesmo o básico está faltando nesses ambientes, o que poderíamos definir como o respeito e a educação para com o outro.
     Talvez a falta de sociabilidade que podemos observar hoje, não seja culpa somente da era digital em si, mas sim das ‘’novas relações familiares’’ com indivíduos mais distantes um do outro, é o formato  da família contemporânea fragmentada e afastada, onde pouco se coexiste. A mídia globalizada tem uma enorme influência no processo de formação de identidade e subjetivação do sujeito, ela pode funcionar tanto como um dispositivo singularizante de construção de subjetividade ou como um dispositivo produtor de subjetividades em série.
     O homem sendo um animal social, vivendo numa sociedade onde a cultura prega o individualismo e a individualidade, ele entra em conflito consigo mesmo e talvez seja esse um dos principais motivos para que a sociedade esteja adoecendo tanto.



Postagem pelo aluno: Neto Bezerra
Fontes: Artigos, com texto autoral. Google imagens.
Publicado: 27.05.2014
Edição: Ariane Menezes

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