sexta-feira, 23 de maio de 2014

“Pane no Sistema”


     Numa sociedade pronta, que congestiona nosso “HD” de esquemas, de esteriótipos sobre tudo ao redor, acabamos nos confundindo sobre quem somos. Será que vestimos o que gostamos?! Décadas após décadas, as pessoas compõem sua “tela de início” de forma padronizada. Contudo, “processam” que estão externalizando sua individualidade. Saias rodadas com bolinhas para década de 50... Calças boca-de-sino para anos 80... Jeans cintura alta para 90... Um celular com acesso à internet em mãos, para hoje. É nítido! Somos decalques. Parecemos feitos em série, como bonecos, como robôs.
     Desde a Revolução Industrial (Karl Marx nos mostra) a relação do sujeito com o mundo, se alienou ainda mais. Teve sua subjetividade reprimida, à vista da reestruturação econômica, social, familiar e individual. Ele já não era dono de si (se é que um dia foi), preso à uma condição de venda da força de trabalho ou click no “botão de desligar”. Cria-se a sociedade que conhecemos: o capitalismo voraz! O consumismo desenfreado, que às vezes corta nossa “placa-mãe”. Nos faz comprar o que não precisamos, desejar o que não nos faz bem, ostentar o ter, mesmo não sendo.
     Um grande espelho social, que nos ajuda a verificar estas relações humanas, são os adolescentes. Eles ficam em foco, lançam moda, se expressam com mais vigor, pois sentem a necessidade de romper (mesmo que se deparem com ainda mais “firewalls”). Percebemos isso hoje, de maneira globalizada. Jovens “superstars” dando o grito da liberdade em suas canções, livros, “fan pages”, e sendo “ctrl+c ctrl+v” por jovens, adultos e até crianças do mundo inteiro. Eles mexem com o senso comum. Eles são naturalmente exagerados e tornam-se “lupas sociais”. Onde vemos claramente, a ditadura de beleza, que leva jovens à obsessão, causando transtornos alimentares, como anorexia, bulimia, ou sofrimento mental, como depressão (CPU com defeito), que às vezes os impulsiona ao suicídio; a troca dos relacionamentos reais, pessoais por interface(olhos de robô) ; a questão dos grupos sociais, demonstrado em menor escala nas tribos urbanas; etc.
     Enfim,observando-os notamos as modificações, avanços e mazelas sociais. O governo bem que poderia vê-los como uma “dica” para estratégias políticas. Realizar um “backup”. Ano passado foi o “ano das reivindicações”! Algo desceu da “placa-mãe” para o “disco rígido” e os novos “caras pintadas” saíram às ruas protestando contra a corrupção, por um país melhor. O que nos comprova que apesar de toda a configuração do ser social e programação da civilidade (que são os parafusos desta lataria), nossa bela subjetividade ainda grita “Liberdade” (ou algumas ameaças de vírus foram detectadas)! Os rizomas ainda existem! E o jovem permanece sendo o curto-circuito do sistema!!! P-A-N-E!!!!!!!



 
Pane no sistema alguém me desconfigurou 
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente, eu sei o que vão fazer:  Reinstalar o sistema
Pense, fale, compre, beba
Leia,vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more,gaste, viva
Pense, fale, compre, beba
Leia,vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Não senhor, Sim senhor, Não senhor, Sim senhor
Mas lá vem eles novamente, eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema. ♪



Loucura é pensar
Que este corpo é de verdade
Que há originalidade
Aqui
Loucura é pensar
Que dos movimentos limitados
Bem antes programados
Sai
Loucura é pensar
Que o chip da personalidade
Existe e traz mais liberdade
Pra mim
Loucura é pensar que penso
Tudo é loucura!





Postagem pela aluna: Renata Barbosa
Fontes: Texto autoral.  Youtube-Pitty:Admirável Chip Novo.  Letras FM. Tumblr.
Publicado: 22.05.2014. 07.03.2012
Edição: Ariane Menezes

Um comentário:

  1. Não fazer do reflexo dos outros a nossa própria imagem. Subjetividade é algo muito único pra ser dividido com outras pessoas. Parabéns pelo texto Rê Bjão

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